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quinta-feira, 29 de março de 2012

Criancinhas num Parque.



... hoje, lendo este texto...podemos nos ocupar com boas e leves noticias !

Tantas são as informações veiculadas e numa velocidade nunca imaginada, que o saldo final é um emaranhado quase incompreensível, tão confuso, de ideais, objetivos, cobiças, ambições, etc...uma inquietude,  nos causando frustrações, medo e ansiedade. Mas, se dermos uma parada e olharmos com atenção, a maioria senão, todas estas coisas, são perfeitamente dispensáveis para a vida satisfatória do ser humano.

O que começo a escrever é livre de qualquer relação ideológica, não visa nenhum fim senão o de descobrir o que sou, agora, vivendo no contexto que nos cerca, com simplicidade e com olhar humano, limpo, translúcido, puro, das crianças que somos neste universo imenso, tão complexo, cheio de tantas incógnitas, valores e maldades que de uma forma insuspeitável, inimaginável, não podem nos afetar de nenhuma maneira se nos mantivermos dentro da realidade que somos.

Somos uma espécie das mais desenvolvidas em todo o universo (estes caras que se interessam pelas diversas dimensões,já perceberam, ou aprenderam de alguém, que originalmente fomos criados na mais elevada dimensão, a 13ª, e depois, não sabem como viemos a esta, 4ª, das mais baixas), mas vivemos no raro jardim plantado neste planeta, jardim novo, para a nossa manutenção e desenvolvimento, sem termos muito que desenvolver senão na arte de nos conhecermos a nós mesmos. Mas pasmam os que nos conhecem como desenvolvemos uma indústria em tão baixa densidade. Pode até haver algum Jardim semelhante por ai, mas estará a tantos anos Luz de distancia que realmente não me interessa. Temos consciência do limite de nossa existência neste Jardim, em algum momento temos de voltar pra casa então, é imensa sabedoria ter as dimensões corretas das coisas para aproveitarmos no máximo possível este tempo que temos no Parque.

Lembrei ainda pouco de uma vivencia que tive lá pelos 19 anos de idade, em 1970. Fui a uma livraria e fiquei buscando algum livro interessante  e intuitivamente me dirigi a uma estante do fundo, olhando os títulos e encontrei um ultimo volume de uma Edição, composta por XX ou XXII volumes, cujo titulo muito me interessou.

Comprei aquele livro, capa dura, muito bem encadernado e, já em casa, verifiquei se tratar de uma edição antiga, da década de 40 ou 50. Na ultima pagina encontrei o nome da pessoa responsável pela edição e seu telefone. Imediatamente liguei, achando que aqueles dados já haviam mudado, mas visando encontrar os demais volumes da obra arrisquei e fui atendido por uma senhora, muito educada e gentil que ao ouvir meu pedido de informações sobre a obra ficou pasmada, em silencio, eu insisti depois de expor meu interesse:-alô,  alô...Ela permaneceu em silencio por algum tempo e eu ja estava a ponto de desligar quando a ouvi responder: -Não é possível! Onde foi que voce encontrou este livro? me perguntou, e informei a livraria, o dia em que comprei etc...Ela ainda surpresa comentou: Não sabemos nada da Vida! E disposta a me atender, me informou o endereço de sua casa, onde eu deveria ir e lá ela teria os outros volumes.

Logo me dirigi para sua casa e fui muito bem recebido, Fui acompanhado por outra pessoa que presenciou tudo desde a compra do livro, a minha conversa pelo telefone e agora na casa daquela senhora, que havia preparado uma mesa com biscoitinhos amanteigados, chá e café, com uma pilha de livros novos, constando de todos os demais volumes da obra de meu interesse e mais, toda a obra literária do autor. Eu imediatamente me apressei em dizer que somente tinha interesse em ir comprando os volumes da obra que me interessava e que eu não teria o dinheiro para todos aqueles livros. Em meio a minha explicação ela interrompeu dizendo que era um presente dela pra mim e logo me explicou o por quê.

Me disse que o autor era seu marido, já falecido a mais de dez anos e aquela obra de meu interesse fora publicada em quantidade muito pequena, uma edição especial com capa dura mas, logo seu marido recebeu a instrução para que recolhesse todos os livros e aquela obra não seria mais divulgada. Seu marido guardara a sete chaves até a sua morte, havendo deixado a instrução de que jamais deveria vender aquela obra e não permitindo mais a ninguem que a lesse. Ela não entendia como eu havia encontrado aquele Volume e havia nela um sentimento de que eu deveria ter disponível toda a obra do autor, suas ideias e seus conhecimentos.

Depois de uma longa conversa, depois de ouvi-la contar sobre a vida de seu marido, o autor, tomamos muitos cafezinhos com biscoitos e ao fim de tres horas de uma conversa interessantíssima fui de volta pra casa com toda a obra do autor. Ela não aceitou pagamento, dizendo-se impedida de receber porque estava proibida de vender.

Mas, durante a longa conversa, observei que seus olhos vagavam longe e aos poucos me tranferia informações preciosas sobre a temática que conversávamos e entre os ítens principais eu comentava sobre as questões da Criação e das primeiras preocupações ecologicas da época, sobre o cristianismo e a fé cristã, sobre todos estes temas espirituais que me absorviam na época. Eu estava estudando Filosofia Oriental e tudo que se referisse a Religião, temas espirituais, Cristianismo, Filosofias, Psicologia e Física, me interessavam sobremaneira.

Foi nesta conversa que recebi as primeiras informações que me fizeram refletir na nossa grandeza, a dimensão ne nosso ser e a problemática de nossa existência nesta dimensão mais baixa que a nossa original e a Cristo como Salvador Cósmico, Deus Mesmo encarnado.

Entre muitas coisas importantes, conversamos sobre o significado das figuras de Abel e Caim, da metáfora que suas vidas representam e o nosso papel neste parque. Daí a conclusão de que sempre estamos indo além daquilo que nos é próprio, compreendendo os motivos da boa aceitação da oferta de Abel e a rejeição da oferta de Caim, pelo que o ofertante rejeitado, tomado por inveja e rancor tornou-se o primeiro homicida; e homicida de seu irmão! Isto me explicou a existência das guerras e que, realmente, não nos são próprias.  Fui convencido da importância da Paz e do caráter humano e espiritual que a promove. Há a promessa de que os mansos herdarão a Terra e desde há muito são chamados de bem-aventurados.

Por nossas próprias características não necessitamos de mais nenhum conhecimento alem do que nos traz nosso próprio autoconhecimento, dispensamos tecnologias, instrumentos sensoriais, armas, foguetes satélites de comunicação, etc...tudo isso nos é dispensável, nada temos a dominar ou conquistar mas, apenas, desfrutarmos deste jardim, deste  pomar em que nascemos e já é nosso por nascimento, este pedacinho material é nosso por direito de nascimento. Tudo que vai alem do ponto nos leva a guerra e por isso a definição de anti Cristo é aquele que foi além, que passou do ponto que nos é próprio.

Saber parar, saber dizer não, sem problemas, seguir adiante sem olhar para tras, é uma grande sabedoria, estabelecendo o limite próprio de tudo, pois, tudo em excesso e exacerbado é o que se chama de luxúria, um desejo qualquer em exagero, um prazer qualquer exacerbado, que em justa medida será sempre bom, agradável e próprio, desde uma simples torta de morangos até à remissão do Universo. Não somos para as guerras e a temperança é o melhor conselho.

Não nos agradam as paisagens desérticas e incandescentes de Flash Gordon, bolas de pedra, de areias e de fogo não nos agradam, definitivamente. Nem as desejamos para nós, sem que antes os jardineiros as preparem.

Respeitamos a todas as espécies que existem por aí por aqueles lugares, em possíveis outras esferas e dimensões mas, realmente não são próprias para nossa natureza e nem mesmo nos interessam. São panoramas tristes para nós, comparados à magnitude de nossas belezas naturais, nossas matas, nossos oceanos, rios e lagos, nossas arvores,  flores e frutos; nossa fauna e Vida !

Assim como as estrelas têm Luz e tudo é Luz, nós temos Vida. Vida que anima nossos corpos, de carne e osso, com a complexidade natural que se exige para desfrutarmos do que desejarmos daqui deste jardim e não necessitamos de nenhum conhecimento para isso, senão, repito, apenas o autoconhecimento: Sabermos que somos assim, simplesmente.

As areias, em medida própria, nas margens dos oceanos, estas sim, nos pertencem. Nossas praias para bronzear-nos e nos divertirmos, com nossas crianças e nossas belas mulheres, praias onde brincamos no ritmo das ondas, olhamos no horizonte longínquo, fixamos nossos nutrientes, onde embalamos nosso sono tranquilo, quando podemos sonhar e expandir nossa experiência, estender nosso ser no Infinito, depois de bebermos uma agua de coco às sombras de nossos coqueiros. Onde podemos estar em paz com nossos vizinhos !

Nosso jardim, nosso campo, foi comparado a um campo de trigo, plantado com todo carinho, com boa semente, mas depois de algum tempo percebemos que junto e misturado com o trigo, surgiu outra planta, muito parecida com trigo mas, não frutificava como nós, nos são semelhantes apenas nas folhagem, de resto, ficam pelo meio do caminho.

Isso nos traz apreensão, ansiedade, se tentamos empreender a limpeza, alguns se tornam até criminosos eugenistas mas, dada a semelhança com o trigo, ao se tentar tirar a planta inútil e daninha, arrancávamos também um ou outro trigo, o que é extremamente injusto. Então, seguindo o melhor conselho, deixamos que aquela planta daninha cresça junto com o trigo e na hora da colheita, podemos colher os grão que serão do trigo e tornamos a preparar o campo, queimando toda a palha e prosseguimos. Nada de apreensões, nada de medo, nada de ansiedade, tudo isso se processa em um fluxo natural.

Nossas características não são próprias para conflitos e guerras, não temos garras nem cascos, nosso corpo é revestido de uma pele fina, frágil comparada com outros seres com que convivemos na Natureza. A Paz nos é natural, a cultura de guerras (5 por ano - 15000 nos últimos 3000 anos) com que enfeiam nossos jardins, não são nossas, são de outros que por si mesmos não poderiam nos causar qualquer dano. Então, de forma astuta estimulam alguns com o medo, com ameaças infundadas e com aflições, com propagandas e lançam Homens contra Homens, coisa que jamais faríamos por nós mesmos, se estivéssemos vivendo aquilo que somos, voltados para a imensidão do nosso ser, ocupados com nossa própria natureza, educando nossas crianças, assistindo nossa curiosidade de seres com autoconhecimento.  Sim, caminhando em paz com meus vizinhos !